quarta-feira, 27 de maio de 2009

SÓ PODIA SER AMOR

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Antes de qualquer coisa quero dizer que não sei realmente se poderia utilizar em nosso Blog estas sábias e emocionantes palavras que seguem abaixo. Não sei se o fato desta mensagem que me foi indicada pela meu TT Doçura ter tocado o meu coração a tal ponto que não consegui contar as lágrimas e ficar com aquele nó na garganta; e de tão linda me fez desejar que outras pessoas que amam como eu também pudessem ser tocadas por ela; poderão ser argumentos levados em consideração e em minha defesa se estiver cometendo um crime.

Trata-se de uma crônica do fantástico, apaixonado e emocionante Paulo Sant'anna publicada no Jornal Zero Hora de 23/05/2009 a qual eu postei abaixo, tive acesso a ela pelo Blog ClicRBS do próprio Sant'anna (que tão brilhante assim só podia ser Gremista! Dá-lhe Tricolor!!!)

Não alterei uma vírgula do texto original e coloquei a referência do autor e de onde eu copiei, inclusive enviei nesta mesma data um email para o Sant'anna informando a utilização. Sensível e humilde como ele é creio que não irá se opor, mas se for o contrário, retiro esta postagem, já me desculpando pelo atrevimento.

ATENÇÃO

Durante a leitura, além de chorar, eu me identifiquei tanto e sei que o TT Doçura também, que imaginei que teria uma explicação para a colocação do Sant'anna no início da crônica: "____Não sei onde estava e do que me possuíra quando escrevi a coluna abaixo". Palavras tocantes, carregadas de emoções, tão reais e precisas como sentimos que pensei: será que ele não entrou mesmo que por engano em nosso Blog e sentiu-se inspirado com nossa história? Pois soube descrever tudo com tanta exatidão como se tivesse escrito para mim e meu TT Doçura.

Não sei onde estava e do que me possuíra quando escrevi a coluna abaixo.

É tão inacreditável, que chego a pensar que não fui eu que a escrevi. Como posso ter chegado a tão grande altura? Ei-la, deixem eu me exibir:

Eu já devia ter pressentido que era amor quando curtia magnífico prazer somente em olhá-la de longe. Eu já devia saber que era amor quando vibrava com seus êxitos e me entristecia com seus embaraços. Eu tinha que ter percebido que era amor quando me sentia invulnerável à solidão se me aproximasse dela a um raio de 20 metros. Só podia ser amor aquele estremecimento que me percorria todo o corpo quando ouvia sua voz se dirigindo para os outros. E quando, num ambiente repleto de pessoas, eu passava a não distinguir as feições de todos, vendo-os apenas como vultos expletivos, realçando-se como esplendorosamente icônica sua figura arrebatadora, já naquele tempo eu não devia ter duvidado de que era amor.

***

Já era fortemente suspeito que durante as minhas tristezas elas desaparecessem como por um milagre se eu usasse como antídoto a simples lembrança do seu meigo sorriso. E que, quando diante da visão dela por apenas um segundo, durante o resto do dia os meus passos e gestos se impregnassem de alegre coragem de viver. Ou como naquele dia em que topei abruptamente com ela no estacionamento e fiquei tão ruborizado, que parecia estar focado pelo facho de luz emanado da palavra de um profeta.

***

Não podia ser outra coisa aquela constante palpitação, aquela ruidosa esperança, aquele contentamento ansioso nas manhãs e o meu pulsante e taquicárdico coração vibrando ante a obsequiosa visão de sua esplendente silhueta vespertina.

Só podia ser amor a minha alma assim tão cheia de cuidados para preservar o meu segredo, o medo de que minha palavra ou o meu escrito, num escorregão, violassem o esplêndido sigilo do sentimento abrasador que me dominava.

***

Só podia ser amor que, depois de ela ter surgido luminosa na escarpa da caverna da minha solidão, eu deixasse de me entregar ao exercício fastidioso da comparação. Ninguém ou nada mais se equivalia ou se assemelhava a ela, mãe, irmã, parceira, namorada, companheira. Cheguei loucamente a pensar que a única cidadela capaz de manter íntegro aquele meu frágil amor inconfessável era mantê-lo em segredo, imune ao conhecimento dos outros e até mesmo incrivelmente dela.

Dar a conhecê-lo arrastaria ao tremendo risco de fazê-lo soçobrar ali adiante, presa fácil do fastio da convivência ou de uma resposta contundentemente adversa.

***

Ah, silencioso amor cheio de delícias e ilusões. Precavido amor que não se declara com medo da quebra do cristal. Ah, amor que quanto mais distante mais crescente, quanto mais errante mais certeiro, quanto mais secreto mais ditoso, quanto mais expectante mais real, quanto menos empírico mais ideal, quanto menos dela mais meu, quanto mais irrealizado mais duradouro, quanto mais prometido mais honrado. Quanto menos compartilhado, mais definitivo. Amor por eleição, tão alto, tão profundo, tão desinteressado, que não importa sequer o que faça dele e do seu mandato a sua eleita.

Nem que o malbarate por não pressenti-lo.

* Texto publicado na

página 47 da Zero Hora

deste domingo.


Seguem abaixo o significado de algumas palavras constantes no texto que eu deconhecia e nem fazia idéia do que significavam. Então pesquisei e postei. Adoro aprender palavras novas...

masc. plu. de expletivo

expletivo (eis)
adj.
adj.
1. Redundante; desnecessário (mas elegante).
2. Epentético.

fem. sing. de icónico

icónico
adj.
adj.
1. Conforme ao modelo, pintado ao vivo.
Estátua icónica: a que era erigida aos atletas três vezes vencedores.


fem. sing. de obsequioso

obsequioso (bz...ô)
adj.
adj.
1. Que obsequeia.
2. Que encerra obséquio.
3. Obsequiador; amável.
Pl.: ...osos (ó).


esplendente
esplendente
adj. 2 gén.
adj. 2 gén.
Resplendente.


malbarate

malbaratar - Conjugar
v. tr.
1. Vender por preço vil.
2. Dissipar, gastar mal.


Nota: O texto é lindo... só discordo da escolha de calar este sentimento e de "eu deveria saber que era amor..." Eu jamais tive dúvidas a respeito do amor que sinto, e que cresce a cada dia mais.

Obrigada TT Doçura.

Te amo... Te quero...

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