Para outras pessoas, as minhas dificuldades podem ser bobagens. Para mim, são como chagas abertas que, de quando em quando, a vida se encarrega de jogar álcool para que eu não esqueça da existência das feridas a serem tratadas.

Elas existem para que eu as vença. Tenho certeza disso. E quando eu conseguir vencê-las, eu serei uma pessoa muito melhor, muito mais feliz e poderei fazer cada vez mais pelo outro, ao invés de volta e meia ter que me voltar para mim mesma para apagar meus incêndios particulares.

Essas chamas quase ninguém vê. Mas elas ardem o tempo todo dentro de mim. Naquele quarto escuro onde ouço um disco antigo de vinil que está riscado - e toca sempre a mesma parte de uma canção melancólica.